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Entenda a relação dos móveis planejados com a neuroarquitetura

Nosso cérebro tem uma capacidade incrível de análise. Essa capacidade é fruto de milhares de anos de evolução. Muitos cientistas seguem estudando os mistérios da mente humana, buscando entender a maneira como ela reage aos diferentes estímulos que temos no mundo. Entre as muitas ciências dedicadas a essa missão, está a neuroarquitetura. 

A neuroarquitetura é uma ciência que mescla os conhecimentos da arquitetura com as descobertas da neurociência — campo científico dedicado ao estudo da mente. Por se tratar de uma ciência relativamente recente, ainda há muito para se descobrir. Isso não quer dizer que já não existam experiências interessantes para inspirar arquitetos e decoradores do mundo todo. 

Neuroarquitetura: o poder do ambiente na vida humana 

Quando olhamos um bairro com casas cercadas por muros altos, deduzimos de que se trata de um local violento, pouco amistoso. Por outro lado, cercas baixas nos parecem mais convidativas, transmitindo tranquilidade.

Se você já atua há algum tempo no ramo da arquitetura, sabe que os exemplos citados se referem aquilo que os especialistas chamam “arquitetura do medo”

Contudo, esses exemplos também nos ajudam a entender o conceito de neuroarquitetura, já que esse campo de estudo busca entender como a arquitetura de um local influencia o bem-estar de quem mora ali. 

Portanto, se a arquitetura de um bairro nos inspira medo, trata-se de um objeto de estudo para a neuroarquitetura. Como você já deve ter percebido, a neuroarquitetura se propõe a estudar fenômenos que já existiam. 

Há séculos, os arquitetos já sabiam que a arquitetura poderia despertar diferentes emoções nas pessoas — eles só não entendiam como e porque isso acontecia. 

As catedrais são um exemplo disso. Projetadas para fazer com que as pessoas se sintam próximas a Deus, essas igrejas têm um projeto de iluminação com vitrais e uma acústica própria, capaz de dar aos visitantes uma experiência que contribui para a sua espiritualidade. 

Aliás, Jonas Salk, um grande entusiasta da neuroarquitetura, foi profundamente impactado pela arquitetura de uma igreja, a Basílica de São Francisco de Assis, em Roma. Salk era um médico virologista norte-americano. Ele desenvolveu uma das primeiras vacinas contra a poliomielite da história. Ele afirmava que a arquitetura da basílica romana o inspirou e fez com que trabalhasse melhor. 

O fascínio dele sobre esse impacto foi tamanho que ele incentivou pesquisas que buscassem entender o tema, dando os primeiros passos ao que hoje conhecemos como neuroarquitetura. 

Hoje, o principal centro de pesquisas desse assunto é a Academia de Neurociência Para Arquitetura (ANFA, na sigla em inglês). Ela está localizada na Califórnia e conta com um belo prédio inspirado na basílica que encantou Salk no século passado. 

Experimentos que demonstram o poder da neuroarquitetura

Um dos objetivos da neuroarquitetura é tentar mensurar o impacto da arquitetura na nossa percepção de mundo, por meio de experimentos que analisam nossa resposta corporal. 

Durante a Semana de Milão, pesquisadores da Universidade John Hopkins, em parceria com o Google, analisaram o impacto de cada ambiente decorado no visitante. O estudo foi feito por meio de uma pulseira que avaliava a pressão arterial dessas pessoas, que não sabiam que estavam sendo analisadas. 

Foram criados três espaços que simulavam salas de estar. Em cada um deles, foi aplicado um projeto decorativo totalmente diferente, usando recursos que poderiam ser encontrados pelos arquitetos na hora de criarem os seus próprios projetos. 

Alguns desses espaços acalmaram os visitantes, enquanto outros os estressaram. Essas percepções e resultados eram absolutamente pessoais. 

Neuroarquitetura no ambiente residencial e corporativo 

O mobiliário é peça fundamental de qualquer projeto de decoração. Sendo assim, ele também se torna elemento central da neuroarquitetura. 

No ambiente corporativo, é preciso criar uma atmosfera que reduza o estresse. Móveis como mesas e cadeiras já atendem às necessidades ergonômicas, cuidando da saúde do corpo. Com a neuroarquitetura, eles passam, também, a cuidar da saúde mental.  

Se você quer um ambiente menos estressante, vale a pena redecorar o escritório, fazendo com que a iluminação, a altura dos móveis, a ventilação e as cores contribuam para reduzir sentimentos negativos. 

O mesmo pensamento vale para o ambiente residencial. Móveis com aspecto pesado, com cores muito escuras e design pouco amigável podem tornar o seu local de descanso em um cômodo pouco relaxante. 

Decorar a sala de estar, por exemplo, precisa ser uma experiência que adapte às tendências às necessidades do morador — caso contrário, aqueles móveis tão bonitos vão chateá-lo e ninguém quer viver assim. 

A neuroarquitetura é um campo de estudo novo, porém muito promissor. Usando a tecnologia para avaliar a percepção do nosso corpo sobre os ambientes decorados, dá-se aos profissionais a chance de reduzir erros na hora de escolher os elementos que irão compor a decoração. 

Enquanto essa tecnologia está sendo desenvolvida, cabe aos profissionais o estudo constante sobre esse e outros temas — e nós podemos ajudá-lo nessa missão. Assine nossa newsletter para receber os artigos mais recentes em seu e-mail! 

1 comentário em “Entenda a relação dos móveis planejados com a neuroarquitetura”

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